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Esteatose Hepática e Coração: Uma Conexão que Muitos Ignoram


A gordura no fígado, conhecida como esteatose hepática, nem sempre recebe a atenção que merece. Muitos acreditam que, por não causar dor imediata, ela seja inofensiva. No entanto, o que a ciência vem mostrando é exatamente o contrário: a esteatose hepática está intimamente ligada ao risco de doenças cardiovasculares graves, como infarto, arritmias e insuficiência cardíaca.

O que é esteatose hepática?

A esteatose hepática é o acúmulo excessivo de gordura no fígado. Ela pode ocorrer mesmo em pessoas que não consomem álcool (o que chamamos de DHGNA – Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica) e é especialmente comum em pessoas com diabetes tipo 2, obesidade, colesterol alto e resistência à insulina.

Mas o que o fígado tem a ver com o coração?

Tudo. Estudos recentes revelam que pacientes com esteatose hepática têm:

  • 19% mais chance de morrer por causas cardiovasculares

  • Em diabéticos, o risco de eventos cardíacos dobra quando a esteatose está presente

  • A presença de gordura no fígado está associada a um processo de inflamação crônica, que afeta diretamente os vasos sanguíneos e o funcionamento do coração

  • Casos avançados podem apresentar espessamento do ventrículo esquerdo e disfunção diastólica, mesmo em pessoas jovens e assintomáticas

Além disso, já sabemos que condições como fibrilação atrial, insuficiência cardíaca e esclerose da válvula aórtica são mais frequentes entre quem convive com esteatose.

Há algo que possa ser feito?

Sim — e essa é a melhor parte.

Estudos mostram que a regressão da gordura hepática pode reduzir em até 30% o risco cardiovascular. Ou seja, tratar a esteatose não é apenas cuidar do fígado — é cuidar do coração e da sua vida.

Isso envolve:

  • Mudanças no estilo de vida

  • Controle rigoroso da pressão arterial e do colesterol

  • Acompanhamento com exames específicos, como ecocardiograma e escore de cálcio coronariano

  • Avaliação individualizada com seu cardiologista

Conclusão

A esteatose hepática não é apenas uma condição "do fígado". Ela é um marcador de risco que exige atenção integrada e acompanhamento médico próximo.

Se você tem fatores de risco — como obesidade, diabetes ou histórico familiar de doenças cardiovasculares — vale a pena conversar com seu médico sobre como está o seu fígado e o seu coração.

Dr. André Luiz Vidal Gois

Cardiologista – CRM-SP 109666 | RQE

em Campinas

 
 
 

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